Influenza na UE gera busca por novos fornecedores de ovos férteis

26/11/2014

Influenza na UE gera busca por novos fornecedores de ovos férteis

Os sucessivos casos de Influenza Aviária registrados em países da União Europeia – e que tendem a se agravar com a aproximação de um inverno (no Hemisfério Norte) previsto como rigoroso – já começam a se refletir no mercado de produtos avícolas.

Holanda, por exemplo, teme ver repetir-se o ocorrido em 2003, quando, atingida por um vírus que levou ao despovoamento de pelo menos 1.300 granjas, enfrentou prejuízo de milhões de euros. 

Em situações como essa, a primeira atitude do país afetado é suspender a exportação de todos os produtos avícolas, como determina a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Mas, independentemente das ações do governo holandês, mercados que se abastecem da produção holandesa já procuram fornecedores alternativos, pois reconhecem que voltarão a enfrentar deficiências no abastecimento.

Isso ocorreu em 2003. Então, as autoridades sanitárias holandesas agiram radicalmente, submetendo a sacrifício sanitário planteis afetados ou simplesmente suspeitos, o que envolveu mais de 30 milhões de aves. Com isso, o surto foi debelado em poucos meses. Mas seus desdobramentos se estenderam por, pelo menos, mais um ano. Pois boa parte das aves sacrificadas estava representada por poedeiras (o que reduziu a produção de ovos de consumo) e reprodutoras (o que implicou em significativa redução da produção de ovos férteis).

Estimativas preliminares apontam que a Holanda – colocada entre as maiores exportadoras mundiais de produtos avícolas – exporta mensalmente perto de 50 milhões de ovos férteis, a maior parte deles colocada entre os países membros da União Europeia. Pois é esse mercado que começa a despontar agora para outros fornecedores.

Em 2003 e 2004, quem supriu as falhas da produção europeia (principalmente as da Holanda) foram fornecedores norte-americanos. Agora, a oportunidade está aberta também para os produtores brasileiros que, após algum recuo nos últimos anos, voltam a ampliar sua participação no mercado externo de ovos férteis.

Dados da Secex/MDIC (tabela abaixo) revelam que, entre janeiro e outubro de 2014, o Brasil exportou perto de 144 milhões de unidades de ovos férteis, volume que representou aumento de, praticamente, 70% sobre idêntico período de 2013. Ou seja: o volume alcançado em 10 meses já supera o que foi exportado nos 12 meses de 2012 (137,4 milhões de unidades) ou em idêntico período do ano passado (106,7 milhões de unidades em 2013). 



Fontes: AviSite/Secex/MDIC.

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