Contrariando todas as expectativas, em março passado as exportações brasileiras de ovos férteis refluíram diante do projetado e, pela primeira vez em mais de ano e meio, apresentaram variação negativa em relação ao mesmo mês do ano anterior.
De acordo com dados da SECEX/MDIC, o volume embarcado no mês superou ligeiramente a casa dos 14,3 milhões de unidades, o que representou queda de quase 6% em relação a março de 2014. Em relação a fevereiro/15, mês mais curto, prevaleceu aumento de 11,20%.
A despeito do recuo mensal, o total anual permanece com evolução positiva. Assim, o acumulado no primeiro trimestre, 42,8 milhões de unidades, é 10,5% superior ao exportado no mesmo período do ano passado. Mais significativa ainda, no entanto, é a evolução nos últimos 12 meses: aumento de 50%.
A lógica sugere que, doravante, esse índice de expansão deva recuar paulatinamente, pois o volume exportado mensalmente tende à estabilização. Mas, ressalvando de imediato que “os números de março passado não refletem a realidade do mercado”, players do setor exportador de ovos férteis afirmam que o volume exportado vai continuar crescendo e pode, inclusive, superar antigo recorde mensal do setor (perto de 23,5 milhões de unidades em outubro de 2011).
A justificativa para isso é o surgimento de uma forte demanda pelo produto, após o sucessivo aparecimento de casos de Influenza Aviária em território norte-americano, o que está levando muitos importadores a embargar a produção dos EUA e buscar outros fornecedores. E só não vai ser possível atender adequadamente a essa demanda “porque ainda é limitado o número de países com os quais o Brasil tem acordos sanitários e dispõe de habilitação para fornecer o produto”, observa um desses players.
Porém, tudo indica que a restrição não está afetando as negociações do setor. Comprovam isso a indisponibilidade do produto no mercado interno e a disposição de compradores em pagar pelo ovo fértil valor superior ao alcançado pelo pinto de um dia em algumas regiões do País. 
Fontes: AviSite/Secex/MDIC.