É preciso viver o negócio

27/07/2017

É preciso viver o negócio

FRASE DE LAURI PALUDO, PRESIDENTE DO GRUPO PLUMA, RESUME OS 18 ANOS DA COMPANHIA. JUNTO DOS IRMÃOS E SÓCIOS, EMPRESÁRIO TRANSFORMOU SEU CONHECIMENTO APURADO DO SETOR EM UM EMPREENDIMENTO MULTINACIONAL

 

Válvula de escape para o estresse da rotina cotidiana, a pescaria é também uma importante aliada no auxílio da paciência e concentração. Quando no barco, todas as variáveis devem estar de acordo para o foco ser um só: o peixe. Na maior parte do tempo tranquilo, este ambiente é o ideal para o pescador organizar seu raciocínio e, além disso, ter novos pensamentos.

E foi em um cenário como este, em meio à natureza e tranquilidade, portanto, propício a ideias, que nasceu a Pluma Agroavícola. Além do hobby, os irmãos Lauri e Adriano Paludo e Mauri Mazurek compartilhavam quase 20 anos de experiência em grandes agroindústrias do ramo avícola.

Assim, após uma série de conversas durante as pescarias, detentores de extenso know-how, os amigos resolveram arriscar e, paralelamente ao cargo nas empresas, firmaram uma sociedade e investiram no primeiro lote de matrizes: 12 mil galinhas para a produção de ovos férteis, em Dois Vizinhos, no Sudoeste do Paraná, no ano de 1999. “Com o pouco dinheiro que tínhamos na época, compramos este lote para pagar com a própria produção”, lembra Lauri, atualmente presidente do grupo.

Com o foco no novo empreendimento, os fins de semana não mais seriam sinônimo de lazer para os empresários. “Em concordância com a empresa onde trabalhávamos, atuamos paralelamente no nosso negócio durante quatro anos. Era todo sábado, domingo e feriado. Foi cansativo, mas a vontade de empreender era maior”, conta Mauri Mazurek.

Há 180 km de Cascavel, onde residiam, a nova empresa exigiu o máximo empenho de cada um dos três, sendo necessário, ainda, a chegada de mais um Paludo para compor a equipe. “Das 12 mil aves, logo chegamos a 100 mil matrizes. A companhia ganhou corpo e começou a despertar o interesse de muitos clientes, chegando a um estágio onde precisávamos foco. Neste momento Adroaldo entra para a Pluma e viramos nossa atenção ao negócio próprio”, conta Mauri. Assim, estava formado o time: Lauri, Adriano, Adroaldo e Mauri. Uma mescla de experiências e vocações: o lado comercial da família Paludo com a técnica de produção de Mazurek.

Confiantes na avicultura brasileira, o passo seguinte foi conquistar a confiança do mercado. O apoio inicial veio de cooperativas do Oeste e de clientes do Norte do Estado. Hoje, passados 18 anos, não só a avicultura como um todo se desenvolveu no País, como os números da companhia cresceram, seja em produção, faturamento, mercados atendidos ou número de colaboradores. “O setor ainda estava para evoluir em 1999”, lembra Lauri e continua: “Tive a oportunidade de ver muita coisa diferente pelo mundo, principalmente nos Estados Unidos, o que me proporcionou boas perspectivas. Assim, no Brasil notei a existência de oportunidades na produção de ovos e pintos. Deste modo, desde o início a Pluma foi montada para trabalhar com seriedade e qualidade, para conquistar a confiança dos clientes”. Na Sadia, Lauri ingressou em 1975 e trabalhou por 18 anos: “Só tenho a agradecer ao meu chefe à época, João Aidar, que me ensinou muito do que sei hoje”.

Aliado ao trabalho sério e atendimento próximo do cliente, Mauri reforça a constante perseguição pela exploração máxima do potencial das aves. “A maior parte de nossas granjas é de alta tecnologia, com sistemas de comedouro, bebedouro, ventilação e isolamento térmico. Tudo para conferir conforto e possibilitar ao animal expressar todo seu potencial”. Com este foco em mente, mesmo em momentos de oscilação de mercado, a Pluma continuou investindo em modernização e tecnificação. Esta forma de conduzir os negócios é apontada por Adroaldo como o principal trunfo para não apenas atravessar períodos de turbulência, mas também continuar crescendo. “Vivemos momentos difíceis, mas também outros maravilhosos, onde nos estruturamos e melhoramos nossos processos como um todo. Assim, criamos reservas e uma estrutura responsável por sustentar o crescimento contínuo da companhia, nos propiciando enfrentar crises da melhor maneira possível”.

Atenta aos anseios dos clientes e apostando na qualidade como característica preponderante, Adriano destaca o relacionamento de longo prazo com os parceiros. “Temos muitos clientes desde o início, o que representa confiança e respeito mútuos”, pontua. Nessa mesma linha de pensamento, existem também colaboradores com vasto tempo de casa. Os primos Evandro Alves de Meira e Márcio Cancelier são exemplos. Presentes desde o primeiro matrizeiro, hoje ocupam os cargos de gerente de Produção e de Recria, respectivamente.

DESENVOLVIMENTO ESTRUTURADO

Ano após ano, com elevado crescimento orgânico aliado a aquisições, veio a consolidação da empresa no mercado de ovos férteis e expansão de investimentos para a área de produção e abate de frangos. “A situação econômica acarretou no fechamento de muitas empresas, ou seja, perdemos clientes. Então, como temos um grande volume de produção, fomos para o frango no sentido de dar continuidade a nossa companhia”, contextualiza Mauri. Deste modo nasce a Bello Alimentos. “Oportunidade aliada à necessidade”, pontua Adriano. Instalada no MS, a dificuldade inicial também remete à conquista da confiança de parceiros. “Nós mesmos criamos os primeiros frangos, para mostrar que o nosso trabalho era sério. Hoje, com mais de 10 anos de trabalho como frigorífico, trabalhamos com integração, com total confiança”, resume Adriano. Lauri completa: “Estrategicamente, fomos para o lado da carne, pois sempre miramos o mercado externo como uma ótima oportunidade, por isso, focamos e temos hoje um volume de exportação bastante expressivo”. Parte deste crescimento da companhia pode ser creditado a Cristiano, Marcos e Maurício. Os filhos de Lauri, Cristiano e Marcos, e de Mauri, Maurício, hoje detém funções importantes dentro da estrutura do grupo. Cristiano responde pela gerência Comercial tanto do mercado interno quanto externo da Bello Alimentos; já Marcos ocupa posição semelhante na Pluma Agroavícola, enquanto Maurício é gerente de produção de fomento do Frango Bello, uma das marcas da Bello Alimentos. Desta forma, trabalhando profissionalmente como uma grande família, o Grupo vem se expandindo e crescendo de forma estruturada, sempre atento às oportunidades, seja de mercado ou novas tecnologias. “Pensando no mercado externo, estamos nos adequando em relação aos ovos férteis e pintinhos, inclusive com novas habilitações, como o México. O objetivo agora é pulverizar as vendas para atravessar o atual momento de dificuldade; em relação ao frigorífico, está em plena expansão. Assim, é claro que temos desafios, mas tenho certeza que estamos preparados”, analisa Adriano.

Como a demanda por alimento é crescente em todo o globo e o Brasil detém todas as condições para suprir essa demanda, Mauri é otimista, porém, consciente. “Mesmo com diversas condições favoráveis, é fundamental trabalhar para obter o melhor resultado possível, ou seja, devemos extrair do animal todo o seu potencial, isso é o que sustentará o negócio. Se uma ave tem potencial para produzir 185 ovos, eu devo buscar esse número. Cada novo investimento, cada nova tecnologia somente deverá ser integrada no sentido de garantir esse resultado”, considera Mauri. Como pilar nestes 18 anos de companhia, Lauri destaca a seriedade como os negócios foram conduzidos, desde o início até o atual momento, no qual a segunda geração vem conquistando seu espaço dentro da companhia. “Investimos somente quando tínhamos condições; optamos por ir devagar, mas com confiança e segurança. Sempre tivemos como pensamento que não adianta produzir volume se não houver qualidade, visto que o mercado está cada vez mais exigente”, relata o presidente e credita o sucesso à equipe formada: “Comprometidos, os profissionais realmente vestem a camisa, são envolvidos e, de fato, vivem o negócio”.

 

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